Julgamento...

Quem nunca se deparou julgando alguém, vivemos num grande tribunal, aonde as pessoas são os juízes da vida alheia.

Como sou gay, sofri bullying desde muito cedo, na época em que nem tinha dissentimento sobre este assunto. Foi uma fase muito pesada, pois não sabia lidar com a situação, não tinha auxílio, malícia e não sabia nada sobre sexualidade.

Sofria agressões verbais de pessoas na qual não tinham motivos nem razões para fazer tamanha maldade, pessoas desgraçadas em todos os sentidos e apontavam suas frustrações numa criança que não tinha culpa pelo fardo que carregavam.

Ao passar dos anos, fui amadurecendo e aprendendo a separar o joio do trigo, comecei a filtrar meus pensamentos, assim,  não ocupo meu cérebro com lixo. Outra técnica é analisar o perfil do agressor, como um raio x, na maioria das vezes acabo até abstraindo devido tamanha insignificância social, lembro que tenho uma família linda, uma vida boa, educação e que "ele ou ela" pode nem ter tido uma família, muito menos o restante, sinto pena.

Toda ação gera uma reação, a minha sequela foi o medo de andar nas ruas, ser apontado ou julgado, por mais bem resolvido que eu seja. Sinto falta da liberdade, poder andar pelo meu bairro a pé, ser eu.

Usei da artimanha de ficar sempre na defensiva, como um animal selvagem habitando no corpo de um anjo, a ferida sangra e se apertar dói, não é fácil.

Eu sei que não sou o único que passa por tudo isso, todos sofrem na mão desses juizes sem diploma, pessoas pobres de espírito, maldosas, que semeiam o mal na humanidade, muitas vezes se consideram religiosas e que na realidade nem sabem o que significado, uma criatura de Deus não faz a outra sangrar.

Somos imagem e semelhança de Deus, nascemos com a nossa sexualidade definida, foi a vontade dele e não uma escolha minha! Quem deseja sofrer? Se pudésse escolher não seria assim, mas também não posso viver infeliz por ter que aparentar algo que a sociedade corrompida quer que eu seja! 

Apesar de todos esses fatos, me fortaleço e evoluo, moldando o meu espírito, procurando ser cada dia melhor, porque não quero ser o juiz da vida de outro, mas, ser apenas o escritor da minha própria história.

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